sábado, 22 de janeiro de 2011

Na Campus Party, Ministro Paulo Bernardo aponta os futuros desafios da tecnologia no Brasil

Para o Ministro das Comunicações, grande desafio está em levar internet de qualidade e com baixo custo para todos até 2014













Com a aceleração dos avanços tecnológicos e com a chegada cada vez mais rápida desses avanços ao Brasil, o consumidor se torna cada vez mais exigente e seletivo. Essa fala marcou o início da participação do Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, na mesa redonda onde se discutiu os desafios que o Brasil enfrentará nos próximos anos para o desenvolvimento em tecnologia. Ao lado do Ministro, estavam o presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC), Demi Getschko e Antonio Valente, presidente da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil).

A questão central dessa discussão é o acesso de qualidade à internet e para o Ministro o acesso no Brasil é mal resolvido: “falta estrutura para que possamos atingir mais pessoas, o serviço é caro, e, em alguns casos, de má qualidade”.

Para solucionar esse problema, o Governo Federal aposta no Plano Nacional de Banda Larga que pretende até 2014 massificar o acesso à internet de banda larga no Brasil. O plano envolve, entre outras coisas, a redução fiscal para a prestação do serviço: “o patamar que queremos atingir é de R$ 35 pelo acesso, dependendo do que conseguirmos negociar de redução de ICMS com os governos estaduais”, disse o Ministro.

Ele completa dizendo que “o que estamos fazendo hoje completa a realidade de hoje, mas já estamos pensando nos desafios que teremos em 2020”.

Brasileiros têm computador, mas não têm acesso à internet.


Números do CGI em 2010 mostram que um terço dos domicílios brasileiros tem computador, mas apenas um quarto dos domicílios tem acesso à internet o que significa cerca de cinco milhões de domicílios sem internet.

O número é suficiente para que Demi Getschko afirme: “não é o momento de discutir tamanho de banda, precisamos pensar em levar um pacote mínimo a quem não tem acesso”. Demi chama esse pacote de “cesta básica”, uma conexão suficiente para que seja possível acessar emails, navegar por sites e ver vídeos online.

Antonio Valente concorda e diz que é “necessário aumentar os parques de produção de computadores e aumentar a desoneração fiscal para que a internet seja massificada”.

Uma outra rota para essa massificação, segundo Valente, talvez esteja nos telefones celulares. Cerca de 70% dos brasileiros tem um aparelho celular, mas apenas 5% usam internet nos telefones.

Passos concretos

Demi diz que o primeiro grande problema a ser resolvido são as barreiras físicas e econômicas: “o que existe hoje nas áreas urbanas e o que ainda falta? Como fazer a internet chegar às áreas mais remotas onde o acesso é precário? E finalmente, como fazer a internet chegar onde não há nenhum acesso são os problemas”.

Para Valente, é importante aproveitar o que já foi feito. Ele lembra que as escolas públicas já estão todas conectadas através de um projeto do Governo Federal: “é preciso aproveitar essa infraestrutura, capacitar os professores”, lembra. Também ressalta a importância da redução dos impostos: “hoje os equipamentos tem uma carga tributária de cerca de 40%”.

Do lado do governo, o Ministro afirma que as negociações para que o plano avance já estão adiantadas: “entre fevereiro e março devemos estar assinando com as operadoras para que os valores dos planos sejam reduzidos. Claro que isso ainda depende de negociação com os estados, mas estamos confiantes de que vamos encontrar um consenso”.

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